Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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Na
primeira reunião da comissão especial que vai analisar o processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade,
realizada na noite desta quinta-feira (17), foram aprovados, por 62
votos favoráveis e 3 abstenções, os nomes dos parlamentares que vão
coordenar o colegiado. A votação estabeleceu o líder do PSD na Câmara,
Rogério Rosso (DF), como presidente da comissão. A relatoria do processo
de impeachment foi destinada ao líder do PTB na Casa, Jovair Arantes
(GO), um dos principais aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Em outubro do ano passado, já iniciado o processo de cassação
do mandato de Cunha no Conselho de Ética, Jovair chegou a dizer que
está com o peemedebista “até debaixo d’água”.
Tão logo teve sua escolha formalizada pelo colegiado, Rosso afirmou
que desempenhará suas funções “com serenidade, preservando o direito de
todos os envolvidos no processo”, e ponderou junto aos pares: “O momento
é muito grave, mas a cautela e o cuidado devem ser a palavra de ordem”.
Um ponto que gerou controvérsia no início da reunião foi a indicação
de três vice-presidentes para formar a Mesa Diretora do colegiao.
Deputados da base governista ameaçaram acionar o Supremo Tribunal
Federal (STF) para questionar a sugestão dos nomes de Carlos Sampaio
(PSDB-SP), Maurício Quintella Lessa (PR-AL) e Fernando Coelho Filho
(PSB-PE), três parlamentares oposicionistas. Entretanto, ao direcionar
os votos das bancadas, os líderes do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), e do
PT na Câmara, Afonso Florence (BA), apoiaram a chapa única apresentada
em conjunto por líderes de 13 partidos (PP, PR, PTB, PSD, PSC, PHS, PSB,
PSDB, DEM, PPS, PV e SD).
Durante as ponderações, deputados do Psol questionaram a escolha da
chapa única e afirmaram não ter participado da decisão sobre os nomes
que ocupariam a coordenação. Além disso, ao falar pelo partido, Chico
Alencar (RJ) reclamou da participação de Cunha na reunião que determinou
os detalhes do funcionamento da comissão, e pediu que os parlamentares
da legenda seguissem pela abstenção da matéria. Em seu discurso, Chico
avaliou o processo de impeachment como “ato constitucional mais grave da
ordem republicana”.
Já líder petista Afonso Florence pediu serenidade e independência
para a comissão especial poder votar com consciência pela rejeição do
processo. O parlamentar baiano enfatizou que o PT se sente “bastante
representado” pelo presidente Rogério Rosso e pelo relator do colegiado,
Jovair Arantes.
O deputado Moroni Torgan (DEM-CE) discursou pela validação do
afastamento da presidente, e afirmou que “o país melhorou muito após o
impeachment de 1992″, em referência ao processo que cassou o mandato do
ex-presidente Fernando Collor.
O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), disse confiar na
chapa. “Sei que vai fazer um trabalho a altura das expectativas da
população brasileira. As intervenções dos deputados do PT e do PCdoB,
insatisfeitos com a chapa, só revelam a preocupação deles com as
escolhas proferidas pelo atual governo”, enfatizou.
Já o líder do PR, deputado Maurício Quintella Lessa (AL), alegou que
este é um momento delicado para o país. “É a segunda vez que o Congresso
enfrenta um processo tão grave”, disse. O parlamentar acrescentou ainda
que o acordo construído pela ampla maioria da Casa em relação aos nomes
propostos para a configuração da Mesa Diretora da comissão especial
teve “objetivo claro”. “Queremos começar os trabalhos em clima
propício”, avaliou.
A presidente Dilma Rousseff foi notificada no início da noite de hoje
(quinta, 17) sobre a instalação da comissão especial. A partir de
agora, Dilma terá o prazo de dez sessões do colegiado para, então,
apresentar a defesa contra as denúncias de crime de responsabilidade.
Depois de problemas técnicos com o sistema de som da Câmara dos
Deputados, a sessão da comissão especial de impeachment precisou ser
encerrada.
fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/rosso-vai-presidir-comissao-do-impeachment/
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