Obra fará a ligação entre a BR-369, em Ibiporã, à PR-445. Na primeira fase serão 35 quilômetros, com recursos do governo do Estado no valor de de R$ 107 milhões
Com uma emenda de R$ 107,2 milhões no orçamento de 2016, o governo do Estado vai começar a tirar do papel o Contorno de Londrina, reivindicação antiga da cidade. Mas o traçado é bem diferente do esperado por autoridades e entidades da sociedade civil. Originalmente previsto para ter 17 quilômetros de extensão o traçado cresceu para 62 quilômetros.
O Contorno de Londrina é uma obra que seria feita pela Econorte, a
concessionária que explora o pedágio nas rodovias da região, mas foi
“trocado” pela antecipação em cinco anos da duplicação de um trecho de
30 quilômetros da BR-369, entre Jataizinho e Cornélio Procópio e quatro
viadutos ou trincheiras em trechos urbanos da rodovia, em Londrina. A
Econorte antecipa para 2016 a duplicação do trecho, que estava prevista
em contrato para 2021 e assume a construção das trincheiras ou viadutos –
ainda não definidos. Já o governo assume a construção do Contorno com
recursos próprios.
O Contorno é a abertura de uma via alternativa, para tirar o
trânsito da rodovia de dentro da área urbana. A obra fará a ligação
entre a BR-369, em Ibiporã, à PR-445. Por meio da assessoria de
imprensa, a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Seil),
que está negociando as obras com as concessionárias, afirmou que existem
dois motivos para a mudança. Primeiro é que o contrato com a
concessionária previa pista simples, o que já faria com que o Contorno
nascesse “saturado”. O governo pretende fazer pista dupla. Outra questão
é o traçado: o original passaria por dentro da cidade, na zona norte, e
sairia na PR-445, na altura da fábrica da Sandoz, poucos quilômetros
depois do trecho recém-duplicado pela concessionária. O traçado que o
governo pretende implantar é bem maior e tem um total de 62 quilômetros:
sai da rodovia PR-445, entre o distrito de Irerê e Três Marcos, vai até
a PR-218, que é a rodovia que passa pela Penitenciária Estadual de
Londrina 2 (PEL2), segue pela zona rural de Londrina, entra em Ibiporã e
vai até a rodovia BR-369, perto do Rio Tibagi.
Duas fases
Essa seria a primeira fase do Contorno de Londrina, que não estava
prevista até aqui e que tem um total de 35 quilômetros. O trecho que tem
dotação orçamentária de R$ 107 milhões para o ano que vem vai da BR-369
até a PR-218. Ainda não está prevista a dotação para o outro trecho,
que liga a PR-218 à PR-445. A obra, que deve durar pelo menos três anos,
com dotação orçamentária dividida durante esse período.
A segunda fase sairia da BR-369, passando pela área rural de
Ibiporã, passaria pelo território de Sertanópolis e sairia na Warta,
depois do entroncamento que dá acesso a Bela Vista do Paraíso. Esse
trecho terá 27 quilômetros, 10 quilômetros a mais que o traçado
original, que passaria por dentro de Londrina.
Trecho será incluído em novo programa de concessões
De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Seil), o Contorno de Londrina, com o novo traçado de 62 quilômetros, deve fazer parte de um dos cinco lotes que o governo pretende incluir no novo programa de concessões de rodovias. Na região, o lote inclui a PR-170, entre Rolândia e Porecatu, a PR-090, entre Bela Vista do Paraíso e Alvorada do Sul e a PR-445, entre Londrina e Mauá da Serra. Essas três rodovias terão no mínimo uma praça de pedágio cada, mas só a 445 tem previsão de ser duplicada. O Contorno entra no lote, mas não está certo se haverá praça de pedágio ao longo desses 62 quilômetros. De qualquer forma, a Seil afirmou que o formato com o governo fazendo a obra e entregando à concessionária reduz o preço da tarifa de pedágio.Expectativa por novo eixo de desenvolvimento
Em Londrina, a expectativa do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) e de
entidades da sociedade civil era de que o Contorno Norte passasse por
dentro do Município, por entender que ele poderia formar um novo eixo de
desenvolvimento, como opção para a instalação de empresas. O prefeito
defendeu a proposta de traçado que recebeu de entidades como o Sindicato
das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), em 2013. A proposta era
diferente do traçado original, que passa por trás da região dos Cinco
Conjuntos, na zona norte e do Heimtal, patrimônio que está sendo
integrado à área urbana. As entidades sugeriam “empurrar” o traçado mais
para o norte, longe da área urbana. “A diferença é pouca, mas deixa de
cortar áreas urbanas, o que transformaria o Contorno numa avenida de
pista dupla”, argumentou Kireeff.
O engenheiro Gerson Guariente, vice-presidente de administração do Sinduscon de Londrina, disse que a proposta do traçado foi entregue ao governo do Estado, mas não houve resposta. Segundo ele, essa proposta tornaria a obra mais barata. “Onde está feito o traçado original, teria que fazer desapropriações dentro da área urbana, que é mais caro que na zona rural. E a quantidade de transposições, que seriam de 12 a 15, cairiam para 3”, argumentou.
O deputado estadual Tercílio Turini (PPS), que soube do novo traçado pela reportagem do JL, disse que “do ponto de vista de estrutura, sem dúvida nenhuma é importante” e que deve ser apoiada. “Não tem como dizer que é contra”, justificou. Mas ele reclamou de o governo não debater nem o traçado, nem a localização das praças de pedágio com a sociedade. “Eu que estou acompanhando essa questão da PR-445 e do pedágio, não tinha conhecimento. Imagina a população”, afirmou o parlamentar. “Aparentemente é uma coisa boa, mas porque não discute com a sociedade, não abre espaço para sugestões?”, questionou.
O engenheiro Gerson Guariente, vice-presidente de administração do Sinduscon de Londrina, disse que a proposta do traçado foi entregue ao governo do Estado, mas não houve resposta. Segundo ele, essa proposta tornaria a obra mais barata. “Onde está feito o traçado original, teria que fazer desapropriações dentro da área urbana, que é mais caro que na zona rural. E a quantidade de transposições, que seriam de 12 a 15, cairiam para 3”, argumentou.
O deputado estadual Tercílio Turini (PPS), que soube do novo traçado pela reportagem do JL, disse que “do ponto de vista de estrutura, sem dúvida nenhuma é importante” e que deve ser apoiada. “Não tem como dizer que é contra”, justificou. Mas ele reclamou de o governo não debater nem o traçado, nem a localização das praças de pedágio com a sociedade. “Eu que estou acompanhando essa questão da PR-445 e do pedágio, não tinha conhecimento. Imagina a população”, afirmou o parlamentar. “Aparentemente é uma coisa boa, mas porque não discute com a sociedade, não abre espaço para sugestões?”, questionou.
fonte: http://www.jornaldelondrina.com.br/londrina/conteudo.phtml?tl=1&id=1548069&tit=Contorno-de-Londrina-tera-62-km-e-comeca-em-2016